quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

"Praise"

Não me julgue,
por sempre te trazer ao meu lado.
Não me castigue,
pelo sonho impensado.
Não me maltrate,
por a gente não ter conversado.
Não olhe de soslaio,
a companhia é certeira,
em qualquer estado.
Não se assuste,
com os grãos da ampulheta.
Os montes se formam,
vem e vão...
Coloco minha força para saber de notícias que não entendo.
Observo tentativas idênticas.
Mundos afins.
Correspondência gêmea.
A melhor anunciação atravessou todos os mares.
Reunimo-nos para a celebração.
É sempre assim,
comemora-se uma colheita,
chora-se uma relação desfeita.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Inquisição Procurada

Os holofotes estão sempre virados.
Ando distraída, perdi a dimensão do palco.
Vemos as luzes quando estão em direção contrária?
Sim, meu sorriso me basta.
Toco a corneta,
anuncio a nova entrada.
É Gabriel, Miguel ou Samuel?
Por que supõe ser comum?
Desperte-me de meus sonhos e leve-me ao bispo!
O discurso na ópera,
é sempre imperativo.
A reflexão pode mudar a direção,
é só manipular o espelho.
Não, não há conhecimento,
e não se estabelece um contato.
Cansei de buracos negros,
vou rumo a outros estados.

Declino do Traje de Princesa

Ouço de longe,
aquele ruído que não gosto.
Não há nesse mundo, quem me ajude a vestir minha armadura?
Estranhas, por que declino do traje de princesa?
Empunho minha espada melhor que tantos,
porque sou livre.
Não há o que tenha que provar.
Sou a própria inovação de meu sistema.
De defesa.
De ataque.
Virilidade, não.
Fertilidade, sim,
é o meu emblema.
Delimito meu território,
com meu frasco de perfume,
mas espalho minhas farpas.
Quem se atreveria a duelar?
Só é mais forte,
quem da terra é a mais entrangeira,
da dor, a única companheira,
e da honra, sua amante de uma vida inteira.

Rir o meu riso.

Rir meu riso.
Ou meu último riso.
Quem autoriza o que faço?
Ou a não-ação de meus atos.
Ri por último,
o que ri melhor.
Preferência pela decisão do último suspiro.
Compreenderão-me os de riso de ímpeto?
Ou automático ponto de suposto juízo.
Rirei meu riso,
sim,
desde o início.
Até mesmo na cara do fim, do meio e do princípio.
(e eles todos rirão comigo, disso eu tenho certeza)

sábado, 6 de outubro de 2007

O Navio Vazio. (na mente)

Não sei o que procuro,
mas,
definitivamente sei,
está longe de ser um porto-seguro.
Quero o que revolve,
intensifica,
absorve,
quero o que me fragmenta,
reparte-me para que infinitas áreas sejam expostas.
Não posso viver,
dando à loucura inerente do meu ser,
minhas costas.
Vou até o fim do mundo para experenciar,
saber-me polida,
não me faz recuar.
Tantos rostos escuros,
tanta dor em olhos azuis.
Não há clareza.
Falta de certeza.
Muito tempo,
pouco compromisso,
maior pacto de risco.
Mesmo calmo o aconchego foi violentado.
Tantos tiveram tudo em todo.
Mas perderam a direção,
porque o navio partiu.
Vazio.

sábado, 23 de junho de 2007

“O Caminho da vítima”

A enxurrada vem forte
Lava todo o asfalto
A rua continua como vítima.
Prazeroso desejo de ser menina,
orgulho da melancolia,
Tiro proveito e nisso encontro minha alegria,
Sorvo a água aos poucos,
Deixo a felicidade da tristeza comigo.
Não adianta limpar os obstáculos,
De uma certa forma sempre vem,
Do rio caudaloso da minha vida.

“Para um grande amor vivido”

Ah…
Se eu pudesse…
Seria a tua natureza,
Para ser concisa.
Se eu pudesse…
Ficaria como o vento à tua volta.
Nos teus cabelos,
De novo mexeria.
Se eu pudesse…
Iria a todo lugar contigo,
Eterna companhia.
Seria o meu motivo,
A tua vida.
Ah…
Se eu pudesse…
Seria sempre a primeira luz do dia,
Te daria tua consciência de vida,
Se eu pudesse…
Ficaria como ar que entra pelas tuas narinas,
Ah…
Se eu pudesse…
Todo dia te abraçaria,
Viria a teu lado,
Riria,
Só para nossa alegria.
Ah…
Se eu pudesse…
Seria o teu mais precioso alimento,
Seria teu alento.
Seria tua poesia!

domingo, 27 de maio de 2007